sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Mudança de endereço
Este blog começou a apresentar problemas para atualização. Fui obrigado a exportar todo o conteúdo e prosseguir nossa "terapia literária" nesse novo endereço. Convido os seguidores e os novos visitantes a me acompanharem.
Leitura tudo cura
Leitura cura tudo. É bom para tudo, tudo ajuda, faz de tudo.
Trabalha todas as dimensões intelectuais. Exercita a atenção, a memória recente, a conexão entre fatos e experiências passadas, a linguagem, a imaginação, a capacidade de prever, a capacidade de interpretar, a intuição.
A leitura nos cura do dogmatismo e do ceticismo, do medo e da temeridade, do sentimentalismo e da insensibilidade, da falta de assunto e da verborragia, da indecisão e do fanatismo, da arrogância e da timidez.
Leitura faz bem para os músculos, para os ossos, para os olhos, para os ouvidos, para a queda de cabelo, para os rins, para os intestinos, para as juntas, para as costas, para as pernas, para os pés, para as mãos, para os dedos, para as unhas, para tudo.
Ler resolve problemas de visão, de solidão, de falta de recreação, de impotência, de sonolência, de implicância, de amargura, de cabeça dura, de alergia a fritura, de incultura, de postura, melhora a temperatura, aumenta a estatura, cola as fissuras, cura qualquer gastura, queima todas as gorduras.
Durante a leitura o leitor esquece as torturas da vida, recupera o amor à vida, dá vida a novas idéias, revive vidas passadas, prevê vidas futuras, comunica vida à vida mesma.
A cada leitura o leitor sai de si, reencontra-se, dá a volta ao mundo, mergulha oceanos, perfura a terra, entra em órbita, engole nuvens, desafia o Sol, abraça a lua... E tudo isso sem sair do lugar.
O leitor que lê bebe o leite, bebe o vinho, bebe o café do vizinho, bebe a cerveja, bebe de todos os rios, bebe sicuta, bebe uísque, bebe muito, bebe e cala, bebe e ouve, bebe tudo e continua sóbrio.
Leitura, sobretudo, é remédio para todos os males.
Cura dor de cotovelo, dor aguda, dor cansada, dor surda, dor crônica, dor romântica, dor poética, dor dramática, dor trágica, dor da mente, dor demente, dor da alma, dor de barriga, dor de cabeça, dor de dente, dor de peito, dor que nada respeita, dor difusa, dor confusa, dor fantasma, dor fina, dor grossa, dor incausada, dor ousada, dor para todos os gostos e lamentos.
Leitura cura tudo. E, claro, cura até mesmo o maior de todos os problemas. Cura a própria falta de leitura! Quem lê torna-se incuravelmente leitor.
Trabalha todas as dimensões intelectuais. Exercita a atenção, a memória recente, a conexão entre fatos e experiências passadas, a linguagem, a imaginação, a capacidade de prever, a capacidade de interpretar, a intuição.
A leitura nos cura do dogmatismo e do ceticismo, do medo e da temeridade, do sentimentalismo e da insensibilidade, da falta de assunto e da verborragia, da indecisão e do fanatismo, da arrogância e da timidez.
Leitura faz bem para os músculos, para os ossos, para os olhos, para os ouvidos, para a queda de cabelo, para os rins, para os intestinos, para as juntas, para as costas, para as pernas, para os pés, para as mãos, para os dedos, para as unhas, para tudo.
Ler resolve problemas de visão, de solidão, de falta de recreação, de impotência, de sonolência, de implicância, de amargura, de cabeça dura, de alergia a fritura, de incultura, de postura, melhora a temperatura, aumenta a estatura, cola as fissuras, cura qualquer gastura, queima todas as gorduras.
Durante a leitura o leitor esquece as torturas da vida, recupera o amor à vida, dá vida a novas idéias, revive vidas passadas, prevê vidas futuras, comunica vida à vida mesma.
A cada leitura o leitor sai de si, reencontra-se, dá a volta ao mundo, mergulha oceanos, perfura a terra, entra em órbita, engole nuvens, desafia o Sol, abraça a lua... E tudo isso sem sair do lugar.
O leitor que lê bebe o leite, bebe o vinho, bebe o café do vizinho, bebe a cerveja, bebe de todos os rios, bebe sicuta, bebe uísque, bebe muito, bebe e cala, bebe e ouve, bebe tudo e continua sóbrio.
Leitura, sobretudo, é remédio para todos os males.
Cura dor de cotovelo, dor aguda, dor cansada, dor surda, dor crônica, dor romântica, dor poética, dor dramática, dor trágica, dor da mente, dor demente, dor da alma, dor de barriga, dor de cabeça, dor de dente, dor de peito, dor que nada respeita, dor difusa, dor confusa, dor fantasma, dor fina, dor grossa, dor incausada, dor ousada, dor para todos os gostos e lamentos.
Leitura cura tudo. E, claro, cura até mesmo o maior de todos os problemas. Cura a própria falta de leitura! Quem lê torna-se incuravelmente leitor.
Ler e liberdade
Heloisa Seixas (1952-), em seu Uma ilha chamada livro (Galera Record, 2009), contos que giram em torno do ler, do escrever e do contar, há uma história sobre o presidiário que descobriu uma forma de libertar-se. Lendo.
A autora visitou o presidiário, José, náufrago da existência:
"Ele sorria, sereno, enquanto me contava sua história. José foi condenado a vinte anos de prisão. Bateu um desespero, precisava fazer alguma coisa, disse. E foi assim, por puro horror, que abriu um livro. Antes, lia mal, quase nada, juntava uma palavra a outra com dificuldade. E foi com dificuldade que começou, atravessando as primeiras páginas ainda como se nadasse. Não sei que livro foi, isto ele tampouco me contou. Mas sei que uma centelha brilhou e José foi em frente, atraído por aquele farol. Leu, leu e leu. Leu tanto que quis dividir a sensação com os outros, e passou a emprestar livros, a andar pelos corredores de cela em cela com um carrinho cheio deles. O homem-livro, o homem-biblioteca." (pág. 38)
O homem-livro será um homem livre, mesmo que não esteja atrás das grades. Ler um livro para se ver livre. Ver para além do livro para encontrar a liberdade de movimentos interior. Abrir um livro, abrir a porta da cela.
A autora visitou o presidiário, José, náufrago da existência:
"Ele sorria, sereno, enquanto me contava sua história. José foi condenado a vinte anos de prisão. Bateu um desespero, precisava fazer alguma coisa, disse. E foi assim, por puro horror, que abriu um livro. Antes, lia mal, quase nada, juntava uma palavra a outra com dificuldade. E foi com dificuldade que começou, atravessando as primeiras páginas ainda como se nadasse. Não sei que livro foi, isto ele tampouco me contou. Mas sei que uma centelha brilhou e José foi em frente, atraído por aquele farol. Leu, leu e leu. Leu tanto que quis dividir a sensação com os outros, e passou a emprestar livros, a andar pelos corredores de cela em cela com um carrinho cheio deles. O homem-livro, o homem-biblioteca." (pág. 38)
O homem-livro será um homem livre, mesmo que não esteja atrás das grades. Ler um livro para se ver livre. Ver para além do livro para encontrar a liberdade de movimentos interior. Abrir um livro, abrir a porta da cela.
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