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é escritor, tradutor, doutor em Filosofia da Educação (USP), professor, palestrante, blogueiro, autor de vários livros sobre leitura, linguagem, escrita criativa, educação, formação docente e estética. Mais informações no site www.gabrielperisse.com

sábado, 26 de dezembro de 2009

Desencadeadores, descortinadores, descomplicadores

Os livros podem atuar como desencadeadores e/ou descortinadores e/ou descomplicadores.

Vejamos primeiramente sua ação como desencadeadores. Uma história, ou uma metáfora, ou um diálogo fictício, ou uma rima podem retirar o cadeado. Admitamos: linhas de raciocínio, disposição para certas descobertas, processos emocionais estão encadeados dentro de nós. Tais cadeados podem e devem ser abertos.

Franz Kafka (1883-1924) escreveu no seu Diário: "Tu és a tua própria lição de casa". Dizia isso a si mesmo, mas eu assumo a sua voz e repito a frase para mim mesmo. Eu sou a minha própria lição de casa. Vou, a cada dia, decidir que tarefas essenciais devo realizar. Que objetivos existenciais preciso atingir.

É claro que há um preço a pagar nisso tudo. Se eu for a minha própria lição de casa, não terei como acusar os outros dos meus fracassos. Está aí uma frase que desencadeia processos de amadurecimento.

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