A leitura medicativa, entre vários benefícios, tem o de nos fazer entrar em diálogo, ainda que sozinhos. A solidão (e, pior, o medo da solidão), ou mesmo, em sentido oposto, a carência por uma solidão qualificada podem encontrar na leitura remédio extraordinário.
A função terapêutica da leitura dialogada. E, também, uma terapia do diálogo, porque muitas vezes a solidão pode ter nascido de uma ojeriza aos diálogos destrutivos, ou aos diálogos anódinos e inócuos, não menos nocivos. A leitura em diálogo nos faz acreditar de novo na palavra (lógos) inteligente, criadora.
A solidão é um bem, se for povoada por pensamentos, imagens, "estalos", que depois transbordarão em comunicação viva e atraente. Qualificamos os momentos ou as horas de solidão, para conversar melhor, e conviver mais humanamente.
Mas leitura dialogada requer empenho, coragem, fôlego, conforme José Ortega y Gasset (1883-1955):
"À leitura deslizante ou horizontal, um simples patinar mental, é preciso substituir pela leitura vertical, a imersão no pequeno abismo que é cada palavra, fértil mergulho sem escafandro."
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
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